segunda-feira, 27 de agosto de 2012

0

Um relato de vida do meu cabelo



                                Imagem: Google

Oi pessoal, como todos sabem eu demoro pra escrever, mas já faz algum tempo que eu queria escrever sobre este assunto. Antes de qualquer coisa, não, eu não quero mais uma sugestão de escova marroquina, progressiva e etc. Se isso funciona com você parabéns. Mas no momento da minha vida, eu te digo não.  Hoje quero me abrir com todas pessoas que passam neste momento, o meu dilema. Você faz relaxamento, alisamento ou qualquer processo químico, há quanto tempo? Dois anos? Cinco anos? Dez anos? Pois vou te contar: eu aliso a mais de duas décadas, desde os cinco anos de idade. Chocante? Pois é. Há alguns meses tentei me lembrar como o meu cabelo é de verdade, e não me lembro! A lembrança mais antiga do meu“cabelo natural” remetem a pré-escola, quando um coleguinha filho de uma p...(é melhor não completar, tem crianças lendo), falava para cortar o cabelo, pois era muito grande e não dava pra ver o quadro. E eu ficava me perguntando por quê? Qual era o problema? Não sei se era por causa de estudar numa escola particular, mas eu era a única menina da sala a possuir cabelo crespo, a maioria possuía cabelo liso e no máximo cabelo cacheado. Com o tempo comecei a perceber que meu cabelo era diferente das outras meninas, mas naquela época, não tinha muitos produtos para meu tipo. Só comecei a usar produtos específicos a aproximadamente 14, 15 anos atrás.
Nunca na vida alguém disse que meu cabelo era bonito, reparava que somente os cabelos lisos e grossos eram elogiados dessa forma. E mesmo utilizando química, fazendo escova, chapinha, ou fazendo rolinho e touca, jamais perceberam alguma beleza nele.
Quando tinha 13 anos, passei pelo maior pesadelo na vida de uma mulher. Nessa época freqüentava um salão e a cabeleireira alisava meu cabelo, e como o alisamento ficava muito ruim, minha mãe também alisava em casa. Um dia, após mais um “tratamento”, ele começou a cair, eu passava a mão e o cabelo saia aos montes, comecei a desesperar, achei que iria ficar careca, neste momento abençoei meu cabelo volumoso, se não fosse por ele, teria chegado segunda-feira, na escola, sem cabelo.
Frequentei outros salões e vou ser sincera, a maioria me atendiam pessimamente. O último salão que freqüentei, e no dia o dinheiro estava contado para fazer escova e chapinha, o atendente criticou muito o cabelo, insistia que tinha que fazer inúmeros tratamentos. E eu dizia “meu dinheiro está contado, não tenho como pagar mais”, e começou a comparar meu cabelo com de outra cliente, naquele momento tive vontade de sair da cadeira e não pagar por aquilo, é óbvio que nunca mais voltei.Talvez seja por isso que hoje detesto salões de beleza, na maioria das vezes desconhecem e tem preguiça de trabalhar com o cabelo crespo, é um cabelo bastante demorado.
Esse ano resolvi me dar um presente, mesmo que me arrependa e não goste, vou experimentar. A quatro meses, parei definitivamente com a química, e estou cortando a parte alisada.É um grande desafio, todos os dias toco com as mãos a raiz crescida e percebo que ele não é tão duro como eu pensava. Consigo perceber sua beleza, é incrível a raiz toda espiralada e macia. Começo a perceber, que a estrutura é diferente da química, para desembaraçar é preciso cuidado e paciência. Percebo que o tempo para lavar, hidratar e pentear aumentou, mas tudo bem, posso aceitar. Ainda não tive coragem de radicalizar e cortar toda a química de uma vez, porém, sei que mais cedo ou mais tarde, essa hora chegará.
Acredito que seja um novo começo, pra mim e pro meu cabelo!
*O texto ficou muito grande, mas precisava desabafar, agradeço pela atenção. Se sentir vontade para comentar, sinta-se a vontade.
Abraços, a vocês e meus amigos fantasminhas.

*Observação de hoje, 11 de setembro de 2012.
Hoje cortei metade do cabelo alisado, provavelmente com mais dois cortes, o cabelo já estará natural. Quem tiver interesse em ver o processo da mudança, entre em contato nos comentários. E postarei num outro texto.